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Internet, 31 outubro 2003

 
Sick & Tired - The Cardigans

sick and tired and homeless
with no one here to sing for
tired of being weightless
for all these looking good boys

3 sempre me fascinou, sempre me pareceu o número perfeito.
(Hoje vai entrar só o primeiro "terço" da história com os outros dois aí a frase de cima vai fazer mais sentido)


Esse post poderia ter o nome de um monte de música diferente, ao meu ver, que falariam da minha vida e da minha personalidade. Mas quem vê de fora sempre vê melhor e mais nítido. He has my secrets buried in his skin.
A letra tá aqui.


INOCÊNCIA

Tudo começou com o J.G. Apesar de que eu só fui me tocar - quando me avisaram - alguns anos depois. "Eu sempre achei que você e o J.G. eram apaixonados", disse a minha amiga T quer tinha sido a namorada do J.G nos idos de 95/96.
De repente caiu a ficha e eu quase caí no chão.

Era a metade do meu 2º ano colegial (pela 2ª vez pra mim) quando ele veio transferido da turma de Exatas para a de Biomédicas, fugindo da bomba de Desenho Geométrico com o Prof. Leôncio (um carrasco de primeira!). Por sorte vinha junto mais um outro cara que hoje se tornou o meu melhor amigo.

A minha sala era formada por 35 mulheres e 5 homens (dois deles nem tanto), nada mais natural que eu me aproximasse do J.G. para engrossar o Clube do Bolinha e ele vendo o meu tráfego livre entre os dois clubinhos (Lulu e Bolinha) também se fez amigo brevemente, mesmo que em médio prazo minha amizade seria dispensável nesse sentido.

J.G. era muito bonito, chego a dizer lindo. Parecia um carneirinho. Olhos azuis, cabelos ondulados castanhos, pele clarinha e umas sardas bem charmosas. Sem contar o bumbum, grande, carnudo (era sempre alvo de comentários das meninas e secadas inconscientes minhas) e empinado. E mais ele era DJ! Apesar de tudo isso era meio complexado e inseguro. Não demorou muito e já tava entrosado com as meninas da sala e ficado com umas 3 (incluindo a minha amiga T) até o fim do ano.

O 3º ano entrou e eu preocupado em não perder mais um ano com cursinho no ano seguinte resolvi que ia dar um pique no primeiro bimestre, garantir nota e depois ia fazer Turmas de Maio junto com o colégio.
O J.G., a T. e a K. (mais uma da turma que chamaremos de GEBs) resolveram entrar na minha onda. Bom, o meu colégio já tinha aula 3X por semana à tarde também e quando começou o cursinho à noite os GEBs conviviam em torno de 11h/dia juntos. A rotina, minha e dele, em específico, era assim:

 7:00 eu passava na casa do J.G. e íamos pro colégio e completávamos o GEBs
 11:45 íamos almoçar, às vezes um na casa do outro;
 13:05 voltávamos pro colégio
 15:30 saíamos do colégio e íamos, nós dois, estudar na casa dele (muitos momentos de tensão, hehe);
 18:00 Pausa para banho, lanche cada um em sua casa;
 19:00 A mãe dele nos levava pro cursinho
 23:00 Meu irmão nos levava pra casa.
 Além de tudo isso tinha Krypton quase todo final de semana, teatro, cinema, shopping etc...

Vale aqui dizer que antes do advento J.G. na minha vida eu era meio recluso, ia a US de vez em quando e pulava o muro de casa pra ir ao Massivo nas quintas, onde eu ficava com mulheres mais velhas. Mesmo assim eu era estranho, meio “guenzo” como diria um amigo meu. Era o boom da música eletrônica e do mundo clubber, então lá, ser estranho era normal, mas no colégio... Mas, calma, eu não tava na classificação “freaks” nem “nerds”, ainda era um estranho sociável.

Com o J.G. eu aprendi a ser boyzinho, fazer topete com gel, usar Ralph Laurent, Levi´s 501, NB 1600, e bota de couro cano alto (ultra em voga na época) e dar umas viradas na pick-up das festas que ele tocava e eu acompanhava samaritanamente pra montar e desmontar “o som” e aprendi a ser mais aceitável e sociável. A K. era uma que sempre dizia pra mim “Didi, você arrumado parece outra pessoa, muito mais bonito”, era quase um Montado você fica um arraso! hehehe. E tenho que concordar que ela tinha certa razão, não porque que seja “castable” da Ford Models (beeeem longe disso), mas o “out-fit” boy dava uma valorizada no meu charme.
Eu já curtia música eletrônica, que engatinhava nas pistas da V. Olímpia, mas já bombava no Massivo, Krawitz, Az70. E a minha influência o levou a curtir um pouco de eletrônica, foi mostrando uma música que não me lembro, mas o ritmo nunca saiu da minha cabeça. Aos poucos os sets dele tinham uma pitada de “tecno” um pouco maior.

Mas voltando ao excesso de convivência diária, era inevitável que compartilhássemos muitos momentos de intimidade, física e pessoal. Como por exemplo, eu entrar no banheiro com ele tomando banho pra levar o telefone que a mãe dele tinha me pedido. Eu estar no quarto dele quando ele saía de toalha. Compararmos nossos corpos (eu tinha conseguido emagrecer bastante naquela época). Não conseguir chamar os avós dele de vovô e vovó. Saber detalhes da Síndrome de Pânico da mãe dele (e que o resto da família era bastante desequilibrada mentalmente, mesmo!). Saber que ele adorava salada de frutas. Que ele “executava” vários instrumentos musicais com bastante precisão apesar de pouca instrução no assunto e sempre escondido de todo mundo.
Por outro lado toda convivência gera atritos, rolaram algumas brigas, na maioria dos casos por conta de mau humor de um dos lados e às vezes ele se dava o direito de muitos “maus humores” o que me irritava profundamente e aí saía briguinha.

E a tinha a convivência dos GEBs nisso tudo né... Elas também tinham grande convívio com a gente e o J.G. já tinha ficado de rolo com T. no ano anterior então nada mais natural que ele conversasse bastante com ela, e eu acabasse conversando com a K., principalmente durante as aulas do cursinho (no começo a gente levava super a sério, mas depois o cansaço tirou o ânimo).

Chega o ponto do dia, ou melhor, da noite, que tudo fica óbvio e, claro, que só eu não tinha me tocado. Estávamos na Krypton, acho que era Sexta, os 4 GEBs. De repente, não mais do que de repente, T. e J.G. somem, era até normal, porque indo lá todo mundo tinha que fazer o seu score, era de lei! Depois de um tempo, estranhamente longo, a K. aparece falando sobre a música, o carinha, o “Lagoa Azul” calibrado que o barman deu pra ela etc. etc. etc. Solto a pergunta “Você viu os dois?”, resposta imediata “Ah! Eles estão ficando! Eles ficaram de love a semana inteira”.
Fiquei meio desconsertado na hora, como não tinha percebido e nem ele tinha comentado nada comigo? Mas respondi com um “legal”. Pela primeira vez na minha vida fiquei de PÉSSIMO HUMOR numa balada e não sabia o porquê. Ainda bem que a K. deu área e não estranhou o meu comportamento. Na verdade eu mesmo me estranhei, não entendi o meu mau humor, minha vontade de ir embora e não poder ir (ninguém tinha carta e a mãe de alguém ia levar todo mundo pra casa). Sei que a noite foi péssima e eu mesmo não sabia porque.

Bom, se rolava uma briguinha a cada 15 dias, agora elas eram semanais, sempre tinha algo pra se discutir, discordar, mas estranhamente isso não partia só do meu lado, mas dele também. Acho que passado 1 ou 2 meses as coisas já tinham se acalmado bem até que eu fiquei com uma das MUUUUITAS “EXs" dele. Pronto aí o circo tava armado. Ele me cobrou explicações grosseiramente, de porque, onde, como, onde, quando e eu definitivamente não estava afim de dá-las, como não as dei! Até porque uma vez “cedi” uma menina pra ele e eu estava muito afim dela, precisava ainda de muito xaveco, ela é muito bonita, mas eu tinha visto primeiro. O pior é que eu falava que ela tinha um “Q” de especial e ele falava que não via nada demais nela até que apareceu um com um papo “acho que descobri o ‘Q’ dela!” Ele conversou comigo, abriu o jogo e eu não me opus a nada, até porque eu sempre soube que a menina ficaria com ele na boa! Passado o stress da “EX” as coisas estavam diferentes e muito bizarras. Aliás, põe bizarrice nisso.

Não havíamos nos afastado, mas estávamos mais secos e francos um com outro. Eu cedia terreno pra ele que ia se aproveitando pra acampar na minha área e eu deixando. E as brigas sempre rolando e intimidade e cumplicidade rolando mais forte. Ele me contava TUDO do namoro dele, absolutamente tudo! Eu sei onde estão cada uma das pintas do corpo da minha amiga T. assim como eu sei o quanto os seios dela enchem uma mão e se bobear consigo contar quantas vezes eles ficaram de sarro (em +/- 6 ou 7 meses de namoro eles não transaram). As brigas ficavam mais feias e eu ficava incomodado (não nego que excitado também) com as intimidades do casal, era estranho mesmo, caras HTs muito dificilmente “põe na roda” o sexo com as namoradas, veja bem, eu disse namorada! E nessas eu virava o cúmplice deles nas tentativas de rolar algo mais, ou eu era o álibi, ou os levava pra minha casa e ainda tinha o terreno-escola-abanadonado dos meus pais, essa história é boa, vale uma pausa.

Então, o terreno era uma escolinha que meu pai tinha comprado pra demolir e fazer uma casa, portanto havia ainda paredes, e recintos. Eu tinha a chave de lá e emprestava pra eles terem momentos mais íntimos que não fossem a sala da minha casa ou o meu quarto (comigo junto sempre, vale lembrar). Dado que um dia lá eles estavam, como vieram ao mundo, segundo relatos de todos os participantes, altamente entretidos (não, eles realmente nunca chegaram a transar) quando meus dois, e ainda mais paquidérmicos do que eu, queridos irmãos adentram a área externa da escolinha, mas sem serem percebidos pelos ilustres visitantes, porém estes últimos percebidos pelos primeiros. Aí que a coisa fica boa.
Dizem que a situação foi deveras hilariante. Os visitantes até tentaram se esconder quando perceberam que havia mais pessoas no local, mas não se tocaram que já haviam sido flagrados pelos reflexos da janela. Meu irmão mais bem-humorado disse que foi uma correria só, cata roupa dali, cata roupa daqui e os dois pelados correndo pra se esconde debaixo da janela. Maninhos, ainda bem, resolveram fazer a egípcia e picar a mula, entretanto me deram um belo esbregue depois. J.G. e T. me contaram o ocorrido na visão deles em tom de tragédia que passava pelos meus ouvidos e virava chacota. Claro que confirmei que meus irmãos não haviam os visto.


De vez em quando pra zoar com a cara dele eu o chamava de “girafa” na frente da T., ela nada entendia. Ele tinha sardas no corpo do pau, havia me contado uma vez. Eu esperto duvidei e ele disse um dia que tiver duro ele me mostrava. Como eu esperei esse dia, e ele chegou. Havia realmente pintas e eram semelhantes ao quadrúpede já citado, fiz piada na hora e desde então virou uma piada que eu soltava em momentos oportunos. Acabei vendo a “girafa” mais de uma vez. Por vontade de ambos. Sem contar a vez do banheiro em Bariloche que ele de dentro do box dizia estar de pau duro lembrando e descrevendo mais uma quase trepada com a T. e eu me enxugando também de pau duro! Dessa vez eu pedi pra parar, eu estava literalmente passando mal.

Um dia veio “A BRIGA” (e aqui o meu tempo cronológico se perde predominando quase sempre o psicológico). Nem me lembro direito o motivo, acho que era cigarro que ele arranjava sempre uma desculpa pra fumar e eu tinha que levar pra minha casa o resto do maço pro pai dele não desconfiar e eu levar fumo dos meus pais. Dessa vez o negócio foi feio, troca de acusações, bate-boca, irmã, mãe no meio etc... E ao contrário das outras, dessa vez eu não cedi um centímetro. Tinha certeza que estava certo. No mesmo dia, bem mais tarde, a mãe dele me chama para conversar e perguntar como eu tava e tal. E começa um papo, leia-se, monólogo dela, sobre amor. Resumindo (como se isso fosse possível até aqui já deu 10.000 toques), ele dizia que a gente ama para amar, que amor se basta e que começa e termina nele mesmo, que a gente não ama para ser amado, para doar amor etc. A mãe dele é toda cósmica e telúrica, mas no momento até que ela não tava viajando tanto. Comentou também que o J.G. tava triste e cheio de questionamentos. Hoje eu acho que ela já tinha sacado o lance homo da nossa amizade. No final ela me manda subir pra conversar, no quarto dele, com ele (até hoje eu acho que ele ficou escutando a conversa).
Eu tinha ido preparado pra chutar o pau da barraca mesmo, tava com todas as coisas dele que estavam na minha casa dentro da minha mochila e feito uma lista mental das minhas coisas que estavam com ele. Chego no quarto ele tava no banho espero ele sair (ai aquela toalha amarela, vivia caindo). Ele sai com um tromba imensa e eu com cara de “pra mim cara feia é fome”. A ladainha dele correu solta e esperei até derramar toda a água que tinha no balde e imediatamente se virou de costas pra não ter que melhor. Eu soltei “Ah! Então é assim...” não consegui terminar a frase e ele disse “Não, não é assim!” num tom hiper meigo. Claro que eu me derreti todo e a briga se foi, mas mesmo assim conversamos bastante quanto a respeitar o espaço alheio.

Fim de ano, as provas apertando, cursinho, zilhões de coisas pra estudar e vieram os famigerados grupos de estudo. Até de madrugada estudando, matar cursinho etc... E os papos íntimos continuando no mesmo ritmo e cheio de façanhas. No dia seguinte tinha 2 provas de química e acho que mais 2 de biologia, tenho certeza da de química, e dessa vez era de novo só eu ele sem o GEBs. Eu explicando Fisico-Química pra ele que não manjava nada do assunto no 4º e os dois meio elétricos, inquietos, um do lado do outro, com muitos toques. Eu sabia o que era o meu “inquietamento”, falta de sexo e masturbação. Acho que tinha tido ereções umas 12 vezes durante a tarde e começo da noite. Lanchamos e voltamos pros livros com a família dele dormindo no andar de cima. Ele queria saber o motivo da minha excitação e não hesitei nem me fiz do rogado “TESÃO ACUMULADO” soltei. “Eu também tô assim” ele retrucou. Não imagine aqui uma daquelas situações de contos eróticos em que os dois se atracam. Tesão um pelo outro acho que até rolava um pelo outro, mas éramos covardes.
O “também tô assim” foi dando aquela patolada de mão cheia no pau duro já. Aí, seguiu aquele papinho típico de hoje eu tô precisando trepar, dar umazinha, afogar ganso, descaroçar a serigüela, vestir um abrigo no empanado etc. e umas piadinhas bobas de quem é maior, mas nada além. Estávamos na mesa e resolvemos ir pro sofá pra ficarmos largados nele e eu, pelo menos, sempre coloco o que eu estou lendo no colo, em cima do pau, dessa vez eu tinha colocado livro em pé porque estava meio deitado no sofá. Nisso meu pau fica duro de novo e começo a dar aquelas bombadas que o pau incha, quem já um viu sabe do que falo, e nisso o livro sobe desce. “Olha J. faço mágica com o livro” brinquei com ele que pareceu não curtir muito, mas acabou fazendo igual. E esse tipo de brincadeira continuou por um bom tempo. Teve uma vez que eu fui estralar as costas do J.G., no chão, e sentei em cima da bunda dele juro que eu nunca vi meu pau ficar duro tão rápido acho que ele percebeu ou desconfiou e se desvencilhou de mim que por sorte consegui disfarçar a animação atrás da camiseta grande.

Era um feriado próximo do fim de ano e agora preciso apresentar uma nova personagem, a KK, uma constante em nossas conversas. J.G. dizia ser ela realmente o grande amor da sua vida, mas que ela tinha viajado numa espécie de intercâmbio sem previsão de voltar pro Brasil, talvez ficasse por lá pra sempre. Mas próximo desse feriado, a KK, uma menina muito gente boa, mais velha, muito bonita, rica e gostosa, deu as caras e voltava pra ficar de vez. J.G. se empolgou e só falava na tal e que queria reencontra-la a todo custo e, portanto me meteu num imbróglio pra conseguir o objetivo, mas sem que a T. soubesse. Ele ia pra cidade dos pais da KK no interior, mas falaria para a T., e eu tinha que confirmar, que iria para Parati com o pai e irmã. Nesse ponto eu não sei detalhes, mas no fim ele acabou contando pra T. que ia mesmo pra cidade da KK. (a T. conhecia toda a história da época de amizade e ficou sabendo do retorno também) e eu fiquei mal na história porque a T., jogou verde comigo e colheu maduro. Confirmei a viagem pra Parati e ela me contou da confissão do J.G. que não tinha me avisado de nada e nem falado pra T. que tinha me pedido pra mentir. Mas a T. sacou logo a história e não ficou brava comigo e eu disse que nada sabia. Essas coisas são chatas, afinal eu sempre fui amigo da T. antes do J.G.

Acho que em duas semanas o namoro terminou, com a supervisão da mãe de J.G., que ditava as conversas de telefone entre ele e T. Antes de terminar definitivamente J.G. me apronta mais uma. A KK já tava meio que morando em Sampa e ele queria que eu o encobertasse de novo, pra variar. O encontro entre os dois tava marcado numa quinta-feira no finado Oscar, só que havia um detalhe, ele “ia” comigo e, portanto eu não podia aparecer no cursinho. “Ok, J.G,. eu falto no cursinho e você sai com a K.K.”, da boca dele saiu um sonoro NÃO, ele queria que eu fosse com ele e tinha ponto mil motivos pra isso. “Mas J.G....” . Não houve acordo, quer dizer, houve sim! J.G. me levava até o Oscar (ele já tinha carta nessa altura do ano) me deixava, ia buscar a KK em casa e a trazia para uma maravilhosa noite romântica, A TRÊS! A noite, óbvio, foi um porre, eu até tentei me arranjar com alguém pra ver se me livrava da situação, mas não consegui ou não quis conseguir.
O fim do namoro com a T. se deu em poucos dias. E a T. ficou muito mal, mesmo. E eu no meio dos dois com uma convivência forçada e constante pra azedar mais ainda as coisas.

Acho que mais ou menos um mês depois teve a festa de fim de ano e formatura da nossa turma. Festa à fantasia. Eu pra variar queria subverter a ordem estabelecida resolvi ir de Drag a festa, mas Drag Trash! Como diriam as inciadas, “caricata”. Eu tava O ERRO! Peruca rosa choque de nylon, uma blusinha transparente que parecia feita de cortina, uma saia curta que virou um cinto em mim (pra quem não sabe eu tenho 1,90m) e uma bota couro cano alto (imagina o tamanho! Eu calço 47).
Na hora que eu saio na rua, fantasiado, encontro mais de 20 pessoas me esperando pra ver. O J.G tinha convocado toda a rua dele, mais primos, primas, a mãe, piriquito, cachorro e papagaio. Considerando que mais umas 1000 pessoas me veriam desse jeito achei tudo muito engraçado e fui entrando no carro do J.G. no banco da frente, quando num surto ele grita:
No meu carro você não vai na frente nem a pau desse jeito!
Eu com 1,90m, mais salto, peruca no banco de trás de um Corsa não ia rolar. Tentei conversar e ele foi intransigente. Pode até não parecer pelo que eu escrevi aqui, mas o J.G. já tava me dando no saco. Argumentei mais um pouco e nada, aí resolvi chutar o pau da barraca. Acho que nunca fui tão grosso e falei tanto palavrão na minha vida, e quase saiu um FDP com a distinta ali do lado. Deixei bem claro que não precisava dele, nem do carro dele etc.
Não sou vingativo mas não pensei duas vezes na hora de ligar pra EX dele que eu tinha ficado e pedir carona que prontamente disse que me levava. Na hora que eu desci do carro na porta do Arccadia o mundo parou pra me ver e se contorcer de rir até rolar no chão. O J.G tava na fila com a KK e eu era VIP na festa entrei sem nem olhar. Por incrível que pareça a noite foi ótima e o J.G ainda tentou uma aproximação que eu não permiti, só cumprimentei a KK e voltei a dançar com os meus amigos no outro lado da micro pista que tava parecendo a festa do Ciro de Nazaré em Belém de tão lotada.

A festa tinha coincidido com o fim das aulas e eu fui pra turma da manhã no cursinho portanto fiquei sem contato com J.G. Nos primeiros tempo tava tudo bem, mas foi a poeira baixar pra vir insônia, irritação e pensamentos focalizados nele e só nele mas orgulho era grande dos dois lados. Time to move on, mas eu penei pra caralho. Uns 4 meses depois tinha ido ao banco a pé aqui no bairro e na volta vejo o carro do J.G. (incrível como não tínhamos nos encontrado antes, moramos a 4 quarteirões um do outro) mas faço de conta que não. Quando já tava no meio do suspiro “ainda bem que ele não me viu” ele passa de novo e para me oferecendo carona. Se não aceitasse ia ficar com cara de estou com “magoazinha” de você e se aceitasse ele teria inúmeros motivos pra tripudiar. Fiz a fina, mais uma vez, e entrei, era só 1km e tinha certeza que ele continuava dirigindo feito um doido, haveria de ser rápido.
Consegui ser aparentemente calmo e pra evitar qualquer assunto indesejável já engatei uma pergunta que sabia que ele teria muita coisa pra falar:

- E a KK? Como ela ta?
- Ah! Terminei! A gente ficou juntos 1(hum) mês só!
- Ahn?! Como assim?!
- Empapucei! (ele usou exatamente essa expressão)

Os 3,27 minutos seguintes foram os mais longos e silenciosos da minha vida, nem o escapamento “turbo” do Corsa 1000 dele conseguiam quebrar aquele momento “0 Db”.

Não o encontrei muitas vezes depois disso e tudo absolutamente superficial. Depois de trocar umas 3X de curso ele entrou na minha faculdade no ano que eu me formava. Tive algumas conversas, mas via a mesma pessoa daquela época, sem crescimento algum, evolução nada... Ele e a T. chegaram a namorar de novo por um mês, exatamente 1 ano depois de terem terminado dessa história a única coisa marcante foi as 7(sete) vezes que foram ao Motel e NÃO transaram!!! Qualquer tipo de comentário é dispensável.

Tenho certeza que fui apaixonado por ele e quase certeza que ele por mim também. Pena que só fui ficar sabendo disso muito tarde. Talvez ainda seja até hoje, toda vez que passo frente da rua dele que é uma vila sem saída olha lá pra dentro esperando ver sei lá o quê!
J.G. foi responsável pelo meu desabrochar (não consegui achar uma palavra decente, ao longo dos texos seguinte vai dá pra dar enteder melhor) pra vida, pra minha idade, imagem e principalmente do coração. Eu acho que nem ensiná-lo a gostar de música direito eu consegui, hoje ele gosta de ser DJ sertanejo e é residente de um bar/danceteria.

Blogueiro (i)responsável: DiDi
9:21 PM Tire um pedacinho ao lado


 
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