Internet, 05 julho 2002
Quero chorar, muito, copiosamente, demoradamente.
Chorar e não saber quando parar, sem me importar, como criança, como adulto.
Sem razão, sem motivo, desguarnecido.
Por pra fora o que eu acho que eu tô sentindo e o que não tô sentindo.
Quero voltar a sentir, a lembrar, a soluçar, gaguejar sem conseguir me explicar.
Já nem sei pra que chorar, por que quero chorar.
Gritando, berrando, esvaecendo, desmoronando.
Dói, dói muito, não sei o quê, não sei como.
Voltar a sentir o sentimento esquecido, todo resguardado, escondido.
Chorar a toda hora, ficar sentido.
Fica travado no peito, proibido, envergonhado, introvertido.
Juntar, limpar, jogar fora e guardar
Choro sujo e depois limpo.
Quero retomar o choro interrompido, desamarrar, desabafar.
Encontrar consolo garantido, solidário.
Eu preciso de imediato, parce que vai me fazer melhor.
Parafrasear
Ó choro vem dizer,
que eu posso ir aí dentro e arrancar você.
Voltar a ser eu e deixar de ser eu.
De repente, arrebatar, tumultuar, acalmar... contagiar.
Sem pensar, sem importar, sem ligar, sem criar.
Só quero chorar e desangustiar, finalmente voltar a chorar.
Mas que merda eu não consigo.
Blogueiro (i)responsável: DiDi 10:02 PMTire um pedacinho ao lado