Internet, 25 julho 2002
Ontem o sentimento de perda foi tão grande que eu nem sei explicar. Hoje acordei com a necessidade de dar tudo que eu puder aos meus afilhados. Mais do que nunca sinto que urge a necessidade de eu estar num bom emprego para poder dar toda a educação e oportunidades que estiverem ao me alcance para eles terem o melhor.
Quando eles estavam quase indo embora levei-os ao meu quarto e falei que podiam escolher o que quisessem e levar com lembrança de mim, logo após de ter dado os meus livros do Harry Potter (era uma promessa antiga). E implorava para que nunca esquecessem que eu os amo e que não me esquecessem.
Agora entendo um pouco melhor os meus pais. Os bens materias que eles construiram para me dar conforto podem a acabar. A cultura é minha e não há como perdê-la e por isso me faz lembrar deles.
Engraçado, meu pai, manteiga derretida, ontem não verteu uma lágrima sequer tentando me mostrar que eu tinha quer ser forte e deixar com lembrança um último momento alegre. Era impossível.
Só conseguia sentir dor e medo e vê-los chorar doía muito mais.
Medo de que eles esquecessem de mim, medo que eles parassem de gostar de mim, que não quisessem mais me ver, que achassem que fui negligente, que não gostasse deles.
Vinha claramente na minha mente um filme de um encontro casual no futuro e total indiferença por parte deles.
Como esse medo dói!
Blogueiro (i)responsável: DiDi 3:58 PMTire um pedacinho ao lado